A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do 21 é uma condição humana geneticamente determinada, é a alteração cromossômica (cromossomopatia) mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população. A SD é um modo de estar no mundo que demonstra a diversidade humana.
A Fisioterapia é indicada para a Síndrome de Down logo após o nascimento da criança, quando iniciaremos O tratamento precoce por ser indicado como uma forma de aumentar a interação do organismo com o ambiente, obtendo respostas motoras próximas ao padrão da normalidade e prevenindo a aprendizagem de padrões atípicos de movimento e postura.
Existem evidências que o desenvolvimento motor da criança com SD apresenta um atraso nas aquisições de marcos motores básicos, e isto seria atribuído às alterações do sistema nervoso decorrentes da síndrome, dificultando a produção e o controle de ativações musculares apropriadas. É importante salientar que além do atraso nas questões motoras, a criança com SD apresenta dificuldades de adaptação social, de integração perceptiva, cognitiva e proprioceptiva
A síndrome de Down por ser uma patologia com muitas complicações é preciso que uma equipe de profissionais trabalhe em conjunto, seja de forma multidisciplinar ou interdisciplinar para tratar o paciente portador da doença. Sendo assim, os profissionais da área da saúde ou de áreas afins trabalham para dar uma melhor qualidade de vida e um desenvolvimento saudável ao portador com suas necessidades.
Vamos considerar o atendimento desde o nascimento do bebê. Por meio de técnicas de estimulação motora e sensorial, daremos condições para o desenvolvimento normal, quando a idade cronológica (IC) deverá estar o mais próximo da idade motora (IM).
A criança passará por todas as fases como: rolar, arrastar, engatinhar, ficar de pé e andar, obedecer a ordens, ir para a escola, nadar, dentro, é claro, do tempo dela.
O tratamento fisioterapêutico está voltado para a elaboração de propostas que estejam de acordo com as necessidades do paciente e com os problemas referentes aos ajustes posturais frequentes na Síndrome de Down, como os atrasos motores — principalmente o sentar e o ficar em pé. Dessa maneira, a fisioterapia se propõe realizar treino de marcha, mudanças transposturais, equilíbrio estático e dinâmico mediante técnicas e recursos específicos em solo
Com o crescimento da criança serão ofertadas outras possibilidades, contribuindo assim para o seu desenvolvimento pessoal e social.
O trabalho em equipe interdisciplinar é de suma importância para o desenvolvimento da criança com SD, pois cada profissional realiza uma abordagem que envolve vários aspectos do desenvolvimento, de acordo com a sua formação e objetivos específicos. Ainda, o trabalho realizado em uma área imediatamente repercute sobre as demais áreas, então, pode-se compreender que a capacidade do organismo em se adaptar ao meio e a plasticidade cerebral estão relacionadas diretamente à qualidade, duração e forma de estimulação que recebe o indivíduo.
Algumas formas de atuação da fisioterapia são:
A hidroterapia poderá ser útil aos portadores da SD, pois o ganho de força muscular para pacientes com Síndrome de Down pode ser conseguido através da resistência da água ao movimento, o que pode ser incrementado com o aumento da velocidade durante a execução destes e, consequentemente possibilitar o trabalho muscular.
Na equoterapia, a marcha e o tipo de passo do cavalo visam transmitir à criança com síndrome de Down uma série de movimentos sequenciados, simultaneamente coordenados, resultando em um movimento tridimensional, determinando um ajuste tônico da musculatura para manutenção da postura e do equilíbrio.
O pilates vem sendo utilizado como forma de tratamento para pessoas portadoras da síndrome. O ideal é que os exercícios comecem a ser desenvolvidos ainda na infância e que prossigam ao longo da vida.
O método tem o objetivo de estimular a força muscular, a correção postural e o equilíbrio, além da redução do risco de lesões. São benefícios que podem melhorar muito a qualidade de vida do paciente.
No entanto, o grande diferencial de uma aula de pilates para as pessoas especiais está no aspecto lúdico. Como eles costumam se distrair com facilidade, as atividades dinâmicas e os equipamentos acabam despertando mais interesse. Além disso, a dedicação integral que o professor presta durante as aulas é essencial para que haja suporte ao equilíbrio do praticante. Os exercícios desenvolvidos são semelhantes aos praticados por pessoas que não tem a síndrome, contudo, utilizando-se cargas mais leves.
Quando construímos um vínculo com a família tudo parece ficar mais fácil, mas ainda precisamos de muita coisa que não depende só da família, e sim de toda a rede de atenção à saúde. A participação familiar é fundamental na recuperação e integração social do paciente. As estratégias para a criação de ambientes favoráveis devem adaptar-se às necessidades locais e às possibilidades específicas da família, considerando seus aspectos sociais, culturais e econômicos.
Os profissionais da área da saúde possuem importante papel de informar e prestar esclarecimentos a todos os membros da família da criança com SD, bem como estimular o vínculo destas pessoas com a criança. Sendo assim, quanto melhor forem atendidas as necessidades básicas da criança de afeto e carinho, mais positivas serão as respostas para o seu desenvolvimento. E este não depende apenas do grau de acometimento, mas também de vários outros fatores, sendo o ambiente familiar o essencial deles.
De toda e qualquer forma, portadores da síndrome de down são verdadeiros portadores do amor que nos ensinam, a cada momento, superar qualquer obstáculo e a responder as adversidades, com um belo sorriso seguido de uma gargalhada.
REFERENCIAS
http://www.crefito15.org.br/a-fisioterapia-na-evolucao-do-tratamento-da-sindrome-de-down/
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 1. ed., 1. reimp. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.