17/08/2022 Osteopatia Vestibular

A   postura   é   controlada   pelo   sistema   visual,  somatossensorial  e  vestibular,  que  são  integrados   pelo   sistema   nervoso   central.   O   objetivo  do  controle  postural  é  manter  a  posição do   corpo   estável   e   de   maneira   orientada.

 

Disfunção vestibular periférica envolve os órgãos  terminais  vestibulares  e/ou  os  nervos  vestibulares. O sintoma característico é a tontura rotatória ou a vertigem. Outros  sinais  e  sintomas  seriam  a  perda de audição ou zumbido, presença de nistagmo, náuseas,  vômitos,  sudorese,  palidez  e  desequilíbrio postural.

 

O sistema vestibular, como um sensor da gravidade, é uma das ferramentas mais importantes do sistema nervoso no controle da postura. Ele possui funções sensoriais e motoras. Na sua função sensorial, o sistema vestibular fornece ao Sistema Nervoso Central (SNC) informações sobre a posição e o movimento da  cabeça  e  a  direção  da  gravidade.

 

Na sua função  motora,  o  SNC  utiliza  as  vias  motoras  descendentes, que recebem informações vestibulares e de outros tipos, para controlar as posições estáticas da cabeça e do corpo e também para coordenar os movimentos posturais.

Estudos  têm  também  mostrado  que  pessoas com disfunção vestibular andam mais devagar com a base de suporte alargada, viram em bloco, e são receosos em relação a movimentos repentinos.

 

Além disso, habilidades na posição de equilíbrio têm sido mostradas estar prejudicadas e a velocidade da marcha  reduzida  em  pacientes  com  disfunção  vestibular.

 

A osteopatia surge como uma possível técnica, realizada pelo fisioterapeuta, capaz de agir no crânio e no tecido conjuntivo, de interferir diretamente sobre o osso temporal e sobre o tecido fascial ligado à orelha, sendo possível que estas possam influenciar a função auditiva.

 

A  reabilitação  vestibular  tem  se  tornado  extremamente  útil  em  pacientes  com  vertigem,  desequilíbrio  e  instabilidade  na  marcha.  Em  vários estudos,  são  evidenciados  a  eficácia  da  fisioterapia vestibular em pacientes com desordens vestibulares periféricas e com disfunção vestibular central.

 

A  reabilitação  vestibular  facilita  adaptação para  substituir  ou  alterar  a  função  vestibular;  melhora  a  estabilidade  da  marcha  (incluindo  controle cinético  em  resposta  a  perturbações  mal  antecipadas);  melhora  dos  sintomas  desencadeantes  pelo movimento; corrige dependências exageradas (seleção sensorial inapropriada) do sistema visual e somatossensorial; facilita o retorno normal das atividades de  vida  diária  e,  melhora  ou  restaura  a  condição neuromuscular.

 

É  comum  encontrar  na  região  cervical queixas de dor aguda ou crônica, restrição de ADM, lesões osteopáticas, trigger points, ativos ou não, disfunções discais e compressões nervosas, que podem acompanhar o mau funcionamento dos proprioceptores.

 

A restrição da mobilidade cervical também pode prejudicar o controle postural em pacientes e  em  sujeitos  saudáveis  por  afetar  o posicionamento do aparelho vestibular e perturbar o mecanismo regulador do movimento dos olhos.

 

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REFERÊNCIAS

Gisela Soares de Souza; Diliam Faria Gonçalves; Carlos Marcelo Pastre. Propriocepção cervical e equilíbrio: uma revisão. fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.19, n.4, p. 33-40, out./dez., 2006

 

 


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