18/02/2022 A osteopatia como aliada ao tratamento de prisão de ventre

A obstipação ou constipação intestinal (CI), popularmente conhecida como prisão de ventre, é considerada uma disfunção gastrointestinal frequente, caracterizada pela dificuldade na defecação, seja pela necessidade de esforço e/ou diminuição na frequência das evacuações.

 

Configura-se como um problema sanitário importante, já que apresenta um contundente impacto nos serviços de saúde, constituindo a queixa principal em 3% das consultas na pediatria e em 25% das visitas ao gastroenterologista pediátrico. Além disso, a constipação propriamente dita pode ser um sintoma inicial de doenças graves, como, por exemplo, o câncer colorretal, que é o quinto câncer mais frequente entre os homens e o quarto entre as mulheres no Brasil.

 

A elevada prevalência da constipação intestinal crônica vem sendo considerada como um problema de saúde pública. A redução do aleitamento materno, o consumo maciço de alimentos como açúcar, pão e refrigerantes, a baixa ingestão de fibras constituem alguns dos inúmeros fatores desencadeantes.Podendo estar acompanhados de fatores agravantes como envelhecimento, redução da aptidão física, história de abuso sexual, baixo nível socioeconômicos e educacional.

 

A IMPORTÂNCIA DA OSTEOPATIA VISCERAL

 

A osteopatia visceral é um conjunto de técnicas manuais com o objetivo de diagnosticar e normalizar as disfunções osteopáticas das vísceras e órgãos do corpo. Entenda um pouco mais sobre como a fáscia são importantes em https://bit.ly/3BDG7q9 

 

Em osteopatia, as relações entre as vísceras e as vísceras com os tecidos conectivos são consideradas como articulações. E, segundo Souza, a direção e a amplitude dos movimentos de uma víscera dependem dos sistemas de sustentação e do contato desta víscera. Estes sistemas são compostos pelas fáscias, pelos ligamentos, pelo turgor visceral e pressão intracavitária, pelo mesentério e pelo sistema omental. Tais sistemas mantêm as vísceras ligadas entre si e/ou ao sistema músculoesquelético, atuando como verdadeiras membranas de tensão recíproca, enquanto garantem liberdade para acomodação posicional.

 

Funcionalmente, a estimulação simpática e parassimpática apresenta efeitos opostos sobre o trato gastrointestinal. A estimulação parassimpática aumenta a atividade gastrointestinal, estimulando o aumento do tônus muscular, o aumento do peristaltismo e a diminuição do tônus dos esfíncteres gastrintestinais. Já a estimulação simpática diminui a atividade gastrointestinal, inibindo o peristaltismo, reduzindo o tônus da parede intestinal e, ao mesmo tempo, provocando a contração dos esfíncteres.

 

A abordagem osteopática para as vísceras abdominais, particularmente o intestino grosso e o cólon sigmóide, tem sido aplicada no tratamento da constipação intestinal crônica, tendo como objetivo a melhora do funcionamento do intestino, influenciando, assim, no tônus do músculo liso e na mobilidade visceral. Além disso, pode envolver a identificação e o tratamento de disfunções pélvicas a fim de melhorar a função gastrointestinal e, indiretamente, normalizar o suprimento nervoso autonômico para a víscera.

 

A abordagem osteopática nessa condição gastrointestinal, é a estimulação dos mecanorreceptores das fáscias, via manipulação osteopática, que induz um relaxamento das fibras musculares lisas intrafasciais relacionadas. 

 

Os resultados sugerem que o tratamento osteopático pode ser benéfico para os indivíduos com constipação crônica, devido à melhora da gravidade dos sintomas, a diminuição do tempo do trânsito colônico, além da melhora significativa da qualidade de vida dos mesmos. A melhora da função intestinal ainda é sustentada pela redução do uso de laxantes após a segunda ou a terceira sessão de tratamento osteopático.

 

A constipação subdivide-se em primária e secundária. A primária é atribuída a desordens funcionais como hábitos dietéticos inadequados, inatividade física, nível socioeconômico e alterações psicológicas. A secundária está relacionada a doenças endócrinas, neurológicas ou ao uso inadvertido de substâncias obstipantes, ou a um transtorno de evacuação associado a uma contração paradoxal ou espasmo involuntário do esfíncter anal, que pode resultar de um transtorno adquirido do comportamento defecatório que ocorre em dois terços dos pacientes.

 

A dor e o desconforto, somadas às alterações musculares ou a imotilidade das vísceras, podem ser a causa da constipação e a motivação para o tratamento osteopático. A ingestão de fibra dietética inadequada, excessiva ingestão de leite de vaca, a desidratação e a doença inflamatória do intestino são outras causas de constipação funcional. A restauração da função articular através do ajuste da osteopatia visa reduzir a atividade simpática.

 

A abordagem osteopática é um tratamento complementar para a constipação intestinal, já que demonstrou a melhora dos sintomas, com o seu desaparecimento completo em alguns casos. Além da redução da gravidade dos quadros de constipação, interferiu no tempo de trânsito colônico, na motilidade intestinal e na qualidade de vida dos pacientes.

 

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REFERÊNCIAS

 

Vale JR, Carvalho HFB, Andrade VLA , Alm e ida LC. A efetividade do tratamento osteopático na constipação intestinal: uma revisão sistemática. GED gastroenterol. endosc. dig. 2017: 36 (2): 68 - 76


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